O que devem fazer as escolas perante uma suspeita de

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Qual o papel das escolas perante uma suspeita de abuso sexual?

O abuso sexual é uma forma de maltrato que se caracteriza pelo segredo, potenciado pela culpa, pelo medo e pela vergonha.

A escola, enquanto espaço onde se desenrolam atividades curriculares e não curriculares, e sendo o local onde as crianças e jovens passam a maior parte do seu dia, constitui um espaço privilegiado para prevenir ou resolver qualquer tipo de violência que nele possa ocorrer.

 

“Importa salientar que o abuso sexual não é uma doença e, como tal, não tem um conjunto de sinais e sintomas específicos. As vítimas de violência sexual são um grupo muito heterogéneo, variando entre vítimas assintomáticas (sem qualquer alteração observável) e outras que evidenciam diferentes tipos de sequelas de severidade variáveis”, refere Rute Agulhas, psicóloga especialista em Psicologia Clínica, com especial interesse na área da proteção das crianças e jovens, avaliação e intervenção familiar.

 

No entanto, na escola, alguns sinais comportamentais, emocionais ou cognitivos acabam por se tornar evidentes, o que destaca a importância de o professor estar atento a quaisquer mudanças no comportamento da criança.

 

 

Então, qual é o papel das escolas nestas situações?

 

No artigo publicado no jornal Diário de Notícias, a psicóloga refere que “é fundamental que a escola conheça os procedimentos a adotar e os implemente de forma célere e correta”.

 

Nas situações de crime, designadamente abuso sexual, é obrigatória a apresentação de queixa-crime (denúncia) junto das entidades competentes. Além disso, de acordo com Rute Agulhas, a escola/professor devem:

 

  • Ouvir a criança sem juízos de valor;
  • Dizer à criança que não é culpada;
  • Escrever aquilo que a criança disse, usando as suas palavras exatas;
  • Informar que está ali para ajudá-la e que, por isso, é importante partilhar a informação;
  • Pedir ajuda junto de uma entidade com competência na matéria;
  • Encaminhar de imediato a criança para os serviços de saúde
  • Fazer a denúncia junto da Polícia Judiciária.

 

 

Para além do papel de identificação e denúncia, as escolas também podem ajudar a prevenir essa forma de violência, abordando o tema ao longo de toda a trajetória escolar das crianças e adolescentes. Rodas de conversa e projetos bem construídos de educação sexual, por exemplo, mostram resultados positivos.

 

 

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Artigo da autoria de:
Rute Agulhas

Psicóloga especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, Psicoterapia e Psicologia da Justiça. Terapeuta Familiar. Perita na Delegação do Sul do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I.P. Professora assistente convidada no ISCTE-IUL e no ISPA-IU. Membro do Conselho Jurisdicional da Ordem dos Psicólogos Portugueses. Formadora Sénior do ISPA na área Forense. Investigadora no CIS-IUL e no CENCIFOR – Centro de Ciências Forenses da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Tem trabalhado na área clínica e forense, com especial interesse na área da proteção das crianças e jovens, avaliação e intervenção familiar.

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