Ideais de Perfeição e Perturbações Alimentares

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Ideais de Perfeição e Perturbações Alimentares: Como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar crianças e adolescentes

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As perturbações do comportamento alimentar são doenças que provocam distúrbios sérios na forma como as pessoas se alimentam e nos pensamentos e emoções relacionados com a alimentação. Tipicamente, os indivíduos com perturbações do comportamento alimentar tornam-se obcecados com o seu peso. Em muitos casos, as perturbações do comportamento alimentar surgem associadas a outros distúrbios como ansiedade, pânico, perturbação obsessivo-compulsiva e problemas de abuso de álcool e drogas.

As crianças e adolescentes da “Era Digital” estão expostos ao consumo de informações veiculadas, maioritariamente, com imagens de “pessoas perfeitas”. A perfeição propagandeada por esses influenciadores digitais, através de imagens que se propõem a apresentar um estilo de vida “perfeito”, incluem um determinado padrão de forma física, alimentação e autocuidado que, na maioria das vezes, está longe do que é verdadeiramente saudável e propulsor do bem-estar. Para adolescentes com maior predisposição para a busca pela perfeição, que avaliem o seu valor segundo a sua forma física e peso, esse tipo de influência pode contribuir para o início da restrição alimentar a fim de controlar o peso, abrindo a possibilidade para o surgimento de perturbações alimentares como a anorexia nervosa ou bulimia nervosa.
 

Perturbações alimentares

 

As perturbações alimentares anorexia nervosa (AN) e bulimia nervosa (BN), apresentam como características comuns a tendência ao perfeccionismo, a autoavaliação segundo a forma e peso, a distorção da imagem corporal e comportamentos com a finalidade de controlar o peso do corpo. Com intenção de atingir padrões físicos idealizados, crianças e adolescentes submetem-se a rotinas como os regimes severos, comportamentos purgativos e compensatórios para controlarem o seu peso corporal e assim, aproximarem-se da imagem de pessoas veiculadas pelas redes sociais e pelos media em geral como bem-sucedidas, saudáveis e adequadas a um padrão físico que, em alguns casos, só existem após uma sessão de transformação em Photoshop (aplicação de modificação de imagem).

A exposição massiva de imagens de corpos apontados como “perfeitos”, validados pelos inúmeros seguidores que apoiam esses influenciadores das redes sociais, contribui para o desenvolvimento de uma perturbação mental que cursa com significativa desregulação emocional e pode vir a provocar inúmeras consequências físicas como, por exemplo, cardiopatias graves, desequilíbrio hormonal e hipotireoidismo.

 

O uso da Terapia Cognitivo-Comportamental nas perturbações alimentares

 

O tratamento psicoterápico em associação ao tratamento médico e orientação nutricional tornam-se então fundamentais, pois a desregulação emocional que está na base das perturbações alimentares é agravada pelo quadro de inanição, assim como potencializadora de atos impulsivos que podem levar esses indivíduos à ideação ou até à prática do suicídio.

A Terapia Cognitivo-Comportamental tem-se mostrado eficaz no tratamento das perturbações alimentares ao prover ferramentas para regulação emocional, estratégias comportamentais e verdadeiro autocuidado que capacitam a pessoa a lidar com as perturbações alimentares e construir bem-estar. O treinamento para adquirir competências em tratamento de perturbações alimentares torna-se ainda mais específico quando o psicoterapeuta se propõe ao atendimento psicoterapêutico de crianças e adolescentes.

É um facto: as crianças e adolescentes vivem, atualmente, em um ambiente que contribui para a construção de pensamentos relacionados à necessidade de perfeição física para atingir o sucesso e, aqueles que tiverem maior predisposição, têm grandes chances de desenvolver uma perturbação alimentar. Infelizmente, a prevalência de perturbações alimentares é crescente em todo o mundo, com maior incidência em países industrializados como os constituintes da Europa e América do Norte. Portanto, é necessário que os profissionais estejam capacitados para oferecerem tratamento adequado a fim de contribuir para a regulação emocional e fornecerem estratégias eficazes para o manejo dos comportamentos típicos das perturbações alimentares.

 

Procura mais conhecimento sobre perturbações alimentares? Conheça o Workshop em Perturbações Alimentares: Intervenção em crianças e adolescentes, onde pode adquirir competências práticas ao nível da intervenção psicoterapêutica no tratamento das perturbações alimentares e problemas relacionados com a alimentação, nomeadamente, anorexia nervosa, bulimia nervosa e obesidade.

 

 

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Artigo da autoria de:
Luciana Rizo

Doutoranda em Psicologia pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Mestre em Psicologia e Graduada em Psicologia Clínica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ao longo da sua carreira, foi adquirindo diversas competências através da frequência de cursos como o Curso Especializado em Terapias Cognitivas de 3a Geração (Coimbra-Portugal), o Treinamento Avançado em Terapia Focada na Compaixão (Portugal e Reino Unido), a Pós-Graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental e Neuropsicologia (UFRJ). Tem mais de 17 anos de experiência como docente e coordenadora em diversas pós graduações e especializações. Tem experiência nas áreas de Psicologia Cognitivo-Comportamental e Psicologia Clínica, atuando principalmente nos seguintes temas: Psicoterapias Cognitivo Comportamentais de 2ª e 3ª geração, Transtornos da Infância e Adolescência, Transtornos de Humor, Transtornos de Ansiedade, Regulação Emocional e Promoção de Bem Estar. É Terapeuta Certificada pela Federação Brasileira de Terapias Cognitivas.

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